sexta-feira, 30 de novembro de 2007

E Fidelidade À Obra Original, Não?


Aposto que já vos aconteceu mais que uma vez. Acabam de ler um livro espectacular, cheio de mensagens e críticas sociais, com personagens bem caracterizadas e um ponto de vista original e depois descobrem que vão fazer um filme baseado nele. A primeira coisa que vos passa pela mente é: “Epá, isto vai ser do caraças! Se for tão bom como o livro, este filme vai ser um sucesso!”


Pois sim. Em poucos dias descobrem que o ú
nico ponto comum entre o filme e a obra original é o título. O resto esquece que Hollywood rendeu-se ao estilo de fazer filmes tipo vídeo clip. Muita coisa bonita a passar no ecrã mas zero conteúdo. Para onde foi a lição moral, onde é que está a crítica social? Nem na primeira versão do guião deve ter entrado, meus amigos.


Desta vez aconteceu com uma série de banda desenhada chamada Wanted do Mark Millar. A série conta a história de um rapaz que tem problemas em impor-se. Wesley Gibson tem um trabalho monótono, uma chefe que o humilha, uma namorada que o engana com o melhor amigo e ainda por cima é hipocondríaco. É aqui que entra uma brasa chamada The Fox que lhe diz que o pai do Wesley era o maior assassino do mundo e que foi morto na noite anterior. Agora Wesley tem a escolha entre continuar a monotonia diária que é a sua vida ou juntar-se a uma organização secreta de super-vilões (sim, super-vilões) que controla o mundo sem que ninguém o saiba. E onde estão os heróis? Todos mortos numa batalha épica e a memória da sua existência foi apagada das mentes de toda a gente na Terra. As únicas provas da sua existência são os livros de BD, as séries de TV e os filmes que todos adoramos. Acontece que em toda a série não há um “herói” por assim dizer. São todos assassinos, psicopatas, neo-nazis e cientistas malucos baseados em vilões mais conhecidos como Lex Luthor, Joker e Fu Manchu.


No filme que vai sair em 2008 até se mantêm algumas coisinhas. Mas o que me irrita é que no filme, afinal os vilões são os bons. Protegem o mundo e são todos assassinos exímios. Então e os super-poderes? Os fatos que parecem fantasias de Halloween? Onde está o filme baseado em Wanted? E o fato do Killer (o nosso Wesley) é tão fixe. Parece uma espécie de ninja moderno com equipamento swat. Pelo que aparece no trailer nem pensar em fatos desse tipo. E o casting é outra coisa que me fez gritar ao monitor quando vi o trailer. Sabiam que Mark Millar baseou o Wesley Gibson no Eminem? Tal e qual. A Fox é a cara chapada da Halle Berry. No filme são o James McAvoy e a Angelina Jolie (Sou o único que se fartou dela há bastante tempo atrás? Podia tirar umas férias, não?). E até inventaram personagens novas só porque sim. Que raio está o Common ali a fazer? Pimp my bad movie?

Porque é que fazem isto? Já tiveram alguns exemplos de que um filme fiel à obra original é sempre melhor do que inventar uma história que tem pouco ou nada a ver com o que o autor original escreveu. 300, Sin City, até Batman, O Início foi bastante fiel em muitos pontos àquilo que Frank Miller escreveu em Batman: Ano Um. De que vale ignorar a obra e aproveitar só o título? Só vão perder espectadores assim.


Agora cada um é livre de fazer como quiser por isso nem vos vou dizer para deixarem de ir ao cinema ver o filme ou não. Eu é que sou capaz de poupar os meus euros para outra coisa que não me faça gritar à tela de fúria.


Ah, e se estavam à espera de um trailer no fim desta conversa toda, está no Youtube. Nem posso voltar a ver aquilo.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Discriminação sexual!


É um tema sério para ser debatido sim senhor, mas eu vou seguir por uma abordagem um pouco diferente.

O que me leva a escrever sobre este tema é a discriminação sexual que se faz no mundo da noite. Não tem nada a ver com prostituição ou casas de alterne, tem sim com casas de diversão nocturna: bares, discotecas, etc.

Já há muito tempo que me irrita profundamente o facto de, se quiser ir a uma discoteca e/ou algum bar, tenho que pagar substancialmente mais do que uma mulher ou porque se trata de uma ladies night ou simplesmente é a "política" da casa.

As ladies night são uma treta muito popular pelo país. Citando um gerente de uma discoteca do Porto(esta ainda está vivo mas não me lembro do nome): “As ladies night são o cancro da noite!” E eu não podia concordar mais! E isto é apenas um exemplo das coisas que criam muitos maus hábitos no mundo da noite.

Mas porque raio é que eu por ter uma pila e pêlos no peito tenho que pagar muito mais que uma mulher que vá ao mesmo sítio que eu?! E muitas vezes as mulheres nem sequer pagam e ainda bebem de borla. Neste aspecto nem as posso censurar, porque afinal de contas não estão a pedir nada a ninguém apenas aceitam uma oferta. Claro que há as “caça ladies night” mas isso dava outro post.

Mas o que me enfureceu este fim-de-semana foi o ter pago bastante de consumo num bar e ter sido brindado com um espectáculo paupérrimo por parte da suposta artista internacional que lá ia estar presente. E por alma de quem é que eu tive de pagar mais 2€ que duas amigas que iam comigo?! Eu até vou mais vezes àquele bar e tudo…

Isto não passa de discriminação sexual! É simples e claro como água!

Podem vir com a desculpa esfarrapada que é para atrair mais mulheres senão é a festa da mangueira. Falso!
Se o local for porreiro, bom som, boa música, convidativo, seguro, serviço de qualidade, etc. irá ter sempre gente tanto sejam homens ou mulheres.

A conhecida discoteca alfacinha, LUX, não faz este tipo de discriminação e no entanto é uma referência nacional. Prova que a qualidade existe e é possível sem recorrer a esquemas estúpidos. Um sítio que aposte nestas estratégias para mim perde muito valor para além de mostrar um certo desespero para facturar.

Por iniciativa própria não tenho intenção de voltar a ir a uma ladies night! Se for é porque não me vou armar em fundamentalista e estragar a noite às pessoas com que eu esteja a sair, eu também sou um ser social e sei conviver.

Eu acho estranho é não ver nenhum movimento daquelas feministas de guerrilha a lutar contra este tipo de situações. Pois se calhar não interessa…deixem lá isso então.

E pronto, é só uma opinião…

domingo, 11 de novembro de 2007

Séries - Parte I: Séries Nhoca (final)


Donas de Casa Desesperadas


Faz lembrar: Telenovelas mexicanas.
Pontos fortes: Erm, gajas giras? :|
Pontos fracos: Ver duas linhas acima.


Telenovela (só é chamada "série" porque é falada em inglês; se fosse em Castelhano e as personagens tivessem mais 3Kg de maquilhagem e olhares enviesados seria denominada "telenovela") sobre uma série de mulheres chatas e preguiçosas cujos únicos apelos são os traseiros e as mamas.

A história é narrada por uma amiga delas que se suicidou (talvez a única personagem com interesse na série) e que não tem mais que fazer no Além do que bisbilhotar a vida das amigas e contar tudo aos ávidos espectadores da novela. Perdão, série. Se a vida no Paraíso é só isso acho que prefiro não morrer. Ao menos aqui há galinhas e hambúrgueres do Ramona.

Temos então as seguintes personagens principais:

  • uma mulher que queima casas como quem muda de camisola e que tem sérios problemas de equilíbrio e de manuseamento de objectos. Se isto fosse uma novela (série) europeia dir-se ia que a senhora tinha paralisia cerebral. Como nos EUA não há dessas coisas chamam-lhe "trapalhice";
  • outra que pensava que ser mãe era como fazer panquecas e entra em choque emocional cada vez que os filhos dizem "olá";
  • uma dona de casa snob super-hiper-perfeita que na intimidade anda às voltas com chicotes na cama e fica histérica de pânico quando descobre que o filho é gay. Depois o filho fica com vontade de a matar. Esta é talvez a única coisa divertida na sériovela;
  • finalmente, uma ex-modelo que se casa por dinheiro e acaba por se aborrecer e envolver-se ceqsualmente com o jardineiro adolescente. Claro que lá os jardineiros não são aqueles senhores cinquentões com bigode que cospem no chão. São rapazes atraentes e com corpos perfeitos que preferem varrer folhas a seguir uma carreira de modelo. Só porque sim.



Heroes

Faz lembrar: Qualquer história de BD sobre super-heróis escrita nos últimos 150 anos.
Pontos fortes: Pessoas que fazem coisas giras com os dedos dos pés.
Pontos fracos: Não há personagens com poderes realmente úteis, como tirar macacos do nariz por telecinese.


Pessoas normais. Vivendo vidas normais. Fazendo torradas com o umbigo.

Uma série de personagens com super-poderes tenta salvar o Mundo da destruição iminente.
Como nas séries dos EUA ninguém trabalha nem vai às aulas nem à casa-de-banho, é uma tarefa perfeitamente possível sem ter que faltar demasiado ao emprego nem meter baixa psiquiátrica porque o marido derreteu o cão.

Confesso que dos episódios que vi até achei a coisa minimamente engraçada. Quando saíu a segunda época cheguei a pensar que o enredo ia intensificar-se e ficar mais interessante.
Mas não. Ingenuamente esqueci-me que é preciso esticar e meter mais personagens para manter toda a gente colada ao ecrã pela maior quantidade de tempo possível.
Só gostava de ter estado na sessão de brainstorming onde decidiram quais os novos poderes. Não sei como não escolheram a habilidade de chegar com o nariz ao dedo grande do pé ou a de fazer pastilha elástica de bacalhau com o cotovelo.

Cá por mim não vou seguir a série com atenção até introduzirem a revolucionária Galinha Voadora. Isso sim seria digno de se ver. Pessoas que voam e que fazem fogo já eu ando a ver na TV desde que tinha 3 anos.

Nota: As opiniões aqui escritas não reflectem as opiniões dos restantes autores do blog.